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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

RASGO


E porque tem que ser preto?
E porque tem que ser branco?
Branco no preto
Preto no branco
Amarelo febre
Rosa claro vulva

Tem que ser assim,
tem que ser assado
Estamos todos fritos
Explodem opiniões
Sangra a floresta
Agoniza a cidade
Tormenta o oceano

Respeito por tudo quanto é mais sagrado
Bom senso mesmo que iletrado
Vivência com amor faz-se um legado

Hoje vou ao Parque
Respirar minhas loucuras
Na paisagem capital

O amor veio do centro da favela,
brotou como mirra no meio do morro
O ódio consumia o peito magro
do milionário belga na Vieira Souto
A insensatez se fez no plenário,
 ratos reproduziam numa frequência meteórica
Um bebê chorou, uma mãe chorou,
na Santa Casa de Misericórdia em Goiânia
Um médico foi beber para esquecer seus problemas
o dia passava, outro no trabalho agradecia e sofria por dívidas.

Anoitecia, para virar a página de novas atrocidades
Na frequência das baladas
No ambiente dos insanos
Na noite calada dos apartamentos.

TA. 2019

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